Foto: Serra d' Opa

Esta gazetilha regional é uma
homenagem modesta à
«Gazeta do Sabugal» (1926/28),
criada pelo casteleirense e ocelense
Dr. Joaquim Mendes Guerra.

As Beiras vistas do alto da Serra d' Opa!


terça-feira, 11 de março de 2014

32




Serra d’ Opa



Gazetilha Regional  Nº 32  Semanário 

Edição de 15 a 22 de Março de 2014
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Encontre outras notícias da sua terra!!


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Casteleiro
Rota da Calçada



Segunda versão: outra vez. A Associação Transcudânia, o Restaurante Casa da Esquila e a empresa Rotas & Raízes deram as mãos e no dia 29 de Março, com concentração às 9.30 no Largo de São Francisco... arranca a Rota da Calçada...
Vi aqui.

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BV Belmonte
60 anos



Parabéns.
Li aqui.

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Guarda
Pousada da Juventude: que futuro?

Pousadas do País: 12 milhões de passivo...
Li aqui.

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Serra da Estrela
Sanatório renasce como pousada 









«(...) grandiosidade do edifício do antigo sanatório, agora convertido numa pousada de cinco estrelas e uma das unidades hoteleiras de maiores dimensões existentes no país, com 92 quartos».
Li aqui.









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Guarda
FIT: de 1 a 4 de Maio



«Este evento procurará  ser uma plataforma de divulgação, promoção, captação e desenvolvimento de fluxos turísticos e de valorização dos recursos endógenos desta região transfronteiriça».
Li aqui.


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Covilhã
Teatro Universitário até ao fim de Março 

«(...) TeatrUBI (Grupo de Teatro Universitário da UBI que comemora 25 anos de vida), que organiza de 14 a 29 de Março o 18º ciclo de teatro universitário da Beira Interior, no Teatro Municipal da Covilhã, que contará com grupos portugueses, espanhóis e, pela primeira vez, com um grupo vindo de Itália».
Li aqui.

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Belmonte
Mais um hotel «kosher»

... «segundo empresário da vila a apostar na construção de um hotel kosher bem no centro histórico de Belmonte».
Li aqui.


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Manteigas

Ligação à A23 e à Serra



Nem D. Manuel... 
Li aqui.


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Sabugal
Ligação à A23 não consta das prioridades

O estado das obras de ligação à A23

«O governo elaborou um estudo, que abriu à discussão com os partidos políticos, acerca das infra-estruturas prioritárias para o país nos próximos anos. A ligação do concelho do Sabugal a uma auto-estrada, retirando-o do isolamento em que se encontra, não consta entre essas prioridades». Li aqui.

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Fundão

Água da rede em risco?



... «uma auditoria realizada ao setor das águas a nível nacional e na qual se conclui que há vários aspetos de “risco” na concessão fundanense».

Li aqui.
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Fornos de Algodres
Pela volta do Tribunal

«A chuva e o frio não calaram o protesto dos habitantes de Fornos de Algodres, que se manifestaram na passada segunda-feira contra o fecho do tribunal local. que se manifestaram na passada segunda-feira contra o fecho do tribunal local. Concentrados frente ao edifício, centena e meia de pessoas entoaram palavras de ordem e exigiram à ministra da Justiça que volte atrás na decisão».
Li aqui.


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«A proposta dos cursos técnicos superiores profissionais, que começou por ser mal recebida, já é encarada pelo presidente do conselho coordenador dos politécnicos como viável, desde que seja salvaguardada a vertente de exclusividade dos institutos nesse tipo de formação».
Li aqui.
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Região

Guerra de autarcas sobre objectivos

... "«visão redutora», «uma grave quebra de solidariedade» e «uma imperdoável deslealdade». O actual presidente da CIM considera que os autarcas da região devem defender, unidos, aqueles projectos".

Li aqui.



Guarda

Não à fusão de empresas municipais

«O Tribunal de Contas recusou o visto à fusão das empresas municipais Guarda Cidade Desporto e Cultuguarda, chumbando assim a criação da nova empresa Guarda Dinâmica, que tinha sido aprovada pela Câmara e pela Assembleia Municipal no anterior mandato, em Fevereiro de 2013».
Li aqui.


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Ensino Superior
Atrair alunos
















«O próximo quadro comunitário de apoio poderá conter verbas para financiar programas de apoio à atracção de alunos para instituições de ensino superior do Interior (...)».
Li aqui. Oiça também.

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Rio Côa
Meandros e Moinhos



Uma caminhada que deixou história. Fotos muito bonitas de recantos até desconhecidos da nossa zona.
Ver aqui. Clicar em cima de cada foto, para ver a seguinte.
Faça o mesmo aqui, aqui, aqui e aqui.


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Vinhos da Beira Interior
Vídeo de promoção



As castas, as características - tudo com muito sossego... A Região da Beira Interior e suas uvas magníficas, seus vinhos já com nome e outros que ninguém conhecerá, mas que são de grande qualidade. E a gastronomia que acompanha? Um céu aberto!!!!
Vi aqui.


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Ensino Superior na nossa Região

600 abandonos

RCB

Cerca de 600 alunos abandonaram o ensino superior no último ano no distrito de Castelo Branco. Cerca de 500 jovens desistiram dos estudos universitários, na UBI, e 111 anularam a matrícula no IPCB.
Li aqui. 


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Belmonte
Lotes gratuitos 



«O presidente da Câmara de Belmonte, António Dias Rocha, deixou, na passada sexta-feira, 28 de Fevereiro, na Assembleia Municipal, a hipótese do município atribuir, de forma gratuita, lotes industriais a empresas que se fixem no concelho».
Li aqui.


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Guarda
Feira do Emprego



«O Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais do Instituto Politécnico da Guarda promove (... a 12 e 13 de Março) a Expo Job /Feira de Emprego».
Li aqui.


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Bibliotecas Gulbenkian
Lembra-se?



Uma história entre muitas. Muito interessante. Estas carrinhas prestaram um serviço público insubstituível. Um casal da nossa zona deu alma a uma dessas carrinhas... 
« Era a icónica biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, que na região funcionou entre 1964 e 1993. Uma vez por mês visitava mais de 70 localidades, em cinco concelhos: Covilhã, Fundão, Belmonte, Penamacor, algumas freguesias de Manteigas, duas da Guarda e uma de Idanha-a-Nova. (...) Esta biblioteca ajudou a formar muita gente. Foi o princípio da universidade de muita gente", frisa Celeste Domingues, actualmente com 72 anos, a ajudante a quem incumbia conduzir, atender os leitores e organizar os ficheiros. O marido, Sobral Domingues, com uns 80 anos que o aspecto físico não deixa perceber, começou antes. Ribatejano, iniciou funções no Nordeste transmontano, onde a teimosia o levava a romper por caminhos "impossíveis" para não defraudar quem esperava pela biblioteca. Chegou à Covilhã, base de onde a carrinha saía, em 1969. E quando o seu ajudante se aposentou, a esposa ocupou o lugar. Juntos, tornaram-se na região o rosto de um grande projecto de difusão cultural. 
Li aqui.


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Homenagem ao Povo de Quadrazais
Contrabando: vida melhor para os povos da nossa zona


Serra das Mesas: cenário de passagem de muito contrabando


Hoje deu-me para aqui, a mim, pobre Serra d’ Opa, acocorada cá bem no alto do talefe. Deu-me para o sentimento e para as homenagens. Estava aqui a pensar em tempos antigos – isto é, tempos anteriores a estes que se vivem – meio desconjuntados – e dei comigo mesma a pensar em quantos pés já calcaram estas serranias e outras que avisto (mal mas avisto) daqui de cima, como a Serra de Malcata e a Serra das Mesas lá mais adiante, ali mesmo na fronteira.
Daí até ao contrabando, aos contrabandistas e aos quadrazenhos daqueles tempos, foi um passinho pequenino.
Mas vamos por partes.

Aqui há uns 60 anos, ali por aquele período que vaio do final da II Guerra Mundial e o início da emigração a sério, muitas – mas muitas vezes – vi passar aqui em baixo, a dirigirem-se para a Moita, para o Vale e para o Casteleiro (as minhas três terras protegidas) pessoas carregadas de sacos e de xailes enrolados.
Sabem quem eram?
Pois: isso mesmo: eram contrabandistas.

Essa malta vinha em boa parte sabem de onde? De Quadrazais.
Eram pessoas com muita coragem e que fez muito bem a toda a gente desta região toda.
Elas arriscavam a vida para irem ao outro lado da fronteira e de lá traziam de tudo o que podiam para vender a bom preço à população que precisava mesmo desses produtos.

Quem quiser saber mais tem de ter paciência e ler algumas peças de investigação que lhe indico sem qualquer arrogância intelectual da minha parte:
1. «Onde há raia, há contrabando … O contrabando é feito de histórias». Delfina Baptista.

2. «Ao falar de Quadrazais, falamos também do Contrabando (…). O contrabandista, que pela calada da noite, passava mercadoria por essas serras, montes e penedias, fugindo à guarda fiscal, desapareceu». JF Quadrazais

3. «A gíria quadrazenha é um linguajar usado pelos habitantes de Quadrazais no concelho do Sabugal, sobretudo por contrabandistas e passadores, para iludir a guarda fiscal e os carabineiros. Um contrabando furtivo e ilegal fazia-se ao longo de toda a fronteira com Espanha, mas em Quadrazais era uma actividade praticada por quase todos, era um modo de vida que rendia mais do que a terra seca e quase estéril, mesmo que muito trabalhada, que não dava sustento para famílias numerosas como era habitual nesse tempo». J. Benedita / Expresso.


Clicar para ampliar.
Quadrazais hoje


4. «A aldeia de Quadrazais, no concelho do Sabugal, perto de Espanha, tem uma gíria própria, utilizada nos tempos do contrabando, que já caiu em desuso e apenas é do conhecimento dos mais velhos. A gíria quadrazenha nasceu da necessidade dos seus habitantes, que praticaram contrabando de subsistência com grande vigor até aos anos de 1960, comunicarem entre si sem serem percebidos pelos guardas fiscais que vigiavam a fronteira entre Portugal e Espanha». Lusa «in» Notícias.sapo.

5. «Afastadas dos centros urbanos, as populações raianas da área da Serra da
Malcata e de toda a Raia Central, à semelhança de outras regiões fronteiriças,
encontravam no contrabando a forma de vida que lhes garantia o sustento que
dificilmente poderiam obter na agricultura tradicional ou noutro tipo de actividade
local.
Desde sempre estas populações conviveram, de forma pacífica, com os
seus vizinhos espanhóis ignorando as orientações políticas dos governos de
ambos as lados». António Cabanas.

6. « (Quadrazais) tinha duas fábricas de sabão. … Foi este sabão que o meu avô Pedro Diniz e os filhos andaram a contrabandear durante a II Guerra, levando-o para Espanha. Nestas terras de contrabando, os quadrazenhos traziam de Espanha o tecido Georgete (…), peitilhos, linho, popelina azul ou branca, pano-cru, quase sempre para camisas, com ou sem colarinho e, curiosamente, muita seda, que abundava por isso na aldeia. Como conta Nuno de Montemor, quando vinham os guardas-fiscais, para a esconder vestiam com ela os Santos das Igrejas e toda a gente da aldeia. Traziam os contrabandistas ainda alpergatas, mel, azeite e pão, chitas, véus e muita roupa. Levavam já o café». Aires Diniz.


Aqui fica pois a minha modesta homenagem das aldeias minhas protegidas (Casteleiro, Santo Estêvão, Moita, Terreiro das Bruxas e Vale de Lobo – nome de antanho, hoje da Senhora da Póvoa).
Homenagem ao Povo de Quadrazais desses anos duros.


Presumindo que com os produtos que os quadrazenhos traziam para aqui devem ter ajudado muita gente a viver um pouco melhor.

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